Inspeção veicular: “Especialista aponta que a falta da medida agrava a qualidade do ar e indica que poder público pouco faz para resolver problema”
O prefeito Fernando Haddad (PT) se esquivou, ontem, de responder se o atraso na abertura da licitação para contratar as empresas que farão a inspeção veicular pode deixar os veículos sem passar pelo teste em 2014.
A contratação da substituta da Controlar, que fazia a inspeção até fevereiro, foi suspensa em maio após o TCM (Tribunal de Contas do Município) apontar falhas na concorrência. “É possível começar a licitação (ainda neste ano), assim que o tribunal liberar”, respondeu o prefeito. Pressionado a comentar especificamente se dá tempo de fazer a licitação, assinar os contratos, abrir e equipar os centros de vistoria e analisar os veículos, tudo em quatro meses, Haddad preferiu repetir a resposta anterior.
O petista comentou que teria uma reunião com o conselheiro João Donato, do Tribunal de Contas, ainda ontem para discutir informações adicionais pedidas pelos técnicos do TCM. Segundo a assessoria do tribunal, até as 17h o encontro não havia acontecido.
O presidente do núcleo de educação ambiental da Universidade São Judas, Luiz Alexandre Garcia Aleixo, considera muito prejudicial a falta da vistoria. “Podemos notar os prejuízos com o nosso ar todos os dias, afirmou.
JUSTIÇA/ Haddad também comentou sobre a decisão do Tribunal de Justiça autorizou, na semana passada, a Prefeitura colocar em prática as novas regras da inspeção veicular. “Acabamos com o papa-níquel que era aquela coisa de pagar para carro novo fazer. Isso só acontece no Brasil, ou melhor, só acontecia em São Paulo.”
Para o advogado Jorge Henrique Zaninetti, que representa o Instituto Saúde e Sustentabilidade, é impensável que a cidade não esteja fazendo o controle atualmente. “Nossa preocupação é por sabermos que a eliminação da cobrança aconteceu por motivos estritamente políticos, por causa da promessa de campanha”, criticou.
Reportagem publicada no jornal Diário de S.Paulo (5/ago/2014) | Jéssica Souza